O governo de Cuba anunciou a libertação gradual de 553 prisioneiros, resultado de negociações com o Vaticano e em resposta ao apelo do Papa Francisco no contexto do Jubileu Ordinário de 2025.
Em uma carta dirigida ao Papa, o presidente cubano Miguel Díaz-Canel comunicou a decisão de conceder liberdade a essas pessoas, destacando o espírito humanitário e as relações estreitas entre Cuba e a Santa Sé.
Entre os libertados está José Daniel Ferrer, um destacado dissidente e defensor dos direitos humanos, que havia sido preso por sua participação nos protestos de julho de 2021. Ferrer foi libertado sob liberdade condicional e reafirmou seu compromisso com a luta pacífica pela democracia em Cuba.
A decisão de Havana coincide com o anúncio do governo dos Estados Unidos de retirar Cuba da lista de Estados patrocinadores do terrorismo, medida que pode aliviar algumas das sanções econômicas impostas à ilha. Embora as autoridades cubanas não tenham estabelecido uma ligação direta entre as duas ações, ambas refletem um momento de mudanças significativas nas relações internacionais de Cuba.
Historicamente, o governo cubano já realizou libertações semelhantes em ocasiões especiais. Em 1998, após a visita do Papa João Paulo II, cerca de 200 prisioneiros foram libertados. Em 2012, antes da visita do Papa Bento XVI, aproximadamente 3.500 prisioneiros receberam indulto. Essas ações destacam a influência da Igreja Católica em questões humanitárias na ilha.
A libertação dos 553 prisioneiros representa um gesto significativo de Cuba em direção à reconciliação e ao respeito pelos direitos humanos, alinhando-se ao espírito do Jubileu de 2025 e fortalecendo os laços com a comunidade internacional.