Vice - Governador, Minimiza "Briga Paroquial" Entre Dino e Brandão e Defende Unidade. |
O vice-governador do Maranhão, Felipe Camarão, afirmou em entrevista ao Jornal Pequeno que não há rompimento entre o ministro do STF, Flávio Dino, e o governador Carlos Brandão. Contudo, reconheceu um clima hostil entre ambos. Camarão enfatizou a importância de manter a aliança política visando às eleições de 2026, buscando consenso para sua candidatura ao governo estadual. Recentemente, ele se reuniu com Marcus Brandão, presidente do MDB-MA e irmão do governador, para alinhar parcerias após divergências que ameaçavam sua candidatura. Apesar das tensões, especialmente após Dino não convidar Brandão para seu casamento em novembro de 2024, Camarão acredita na pacificação entre os grupos, destacando a união sob a liderança do presidente Lula para promover as mudanças necessárias no Maranhão. Essa disputa é vista como uma "briga paroquial", onde ambos os lados convergem quando o tema é aliança com Lula. Felipe Camarão, que deixou a Secretaria de Educação em agosto de 2024 para se dedicar mais à política, tem se esforçado para reaproximar os grupos e garantir apoio à sua candidatura em 2026.
(Informações do Jornal pequeno)
Entrevista ao jornal pequeno:
Jornal Pequeno – Como está, de verdade, essa situação do grupo governista? Quais os passos mais recentes para tentar acabar com esse clima ruim existente hoje no grupo?
Felipe Camarão – Devemos ter em mente que a população elegeu e reelegeu o ex-governador Flávio Dino sempre no primeiro turno. Depois, a população reelegeu o governador Brandão também no primeiro turno. Isso demonstra que a população aprovou as políticas públicas implementadas desde 2015, como escolas dignas, hospitais regionais e restaurantes populares.
Relembro isso para reafirmar que eu trabalho sempre pela união deste grupo político. Desta forma, tenho conversado com os ministros do presidente Lula, a presidente do PT, do meu partido, que é a deputada federal Gleisi; os secretários do governador Brandão e com o próprio governador. E todos nós estamos empenhados nessa unidade porque ainda há muito o que fazer pelo Maranhão, e só iremos conseguir progredir com união e trabalho. Com essa visão e sob a liderança do presidente Lula, esse grupo continuará a promover as mudanças que o Maranhão precisa.
– Algumas missões para tentar resolver essa situação já foram incumbidas a você, mas todas elas podemos dizer que não surtiram efeito. O que é que atrapalha?
– Não existe essa história de missões mal sucedidas. Eu tenho conversado com todo mundo: classe política, movimentos sociais, empresários e o PT. Estou ouvindo, ponderando e seguimos em busca de conciliar as diferentes opiniões, que são naturais na política. Sinto de todos uma vontade de seguir ajudando o governador Brandão e contribuindo com o nosso Estado.
– Recentemente você teve uma reunião com o presidente do MDB, Marcus Brandão, irmão do governador, e logo em seguida o Solidariedade, partido comandado no Maranhão pelo deputado Othelino Neto, acionou a Justiça para tentar cassar o prefeito eleito de Colinas, Renato Santos, do grupo dos Brandão. O que acontece? Tem alguém atrapalhando esse processo de tentativa de paz no grupo governista?
– Houve de fato uma representação contra o prefeito eleito (de Colinas), o que eu soube pela imprensa. Considero que isso faz parte da disputa política local, reflexo de eleições muito disputadas. Esses assuntos devem ser tratados nos municípios e pelas pessoas envolvidas. Eu tenho certeza de que isso não vai interferir na nossa relação política com o governador Brandão.
– Então não há rompimento do governador Brandão com o grupo de Flávio Dino?
– Não há rompimento. Nunca houve nenhuma declaração minha ou do governador Brandão nessa direção.
– O resultado das eleições municipais em todo o Maranhão pode ter criado animosidades nas bases políticas do governador?
– Todos os políticos trabalham para fortalecer os seus partidos políticos e eleger os candidatos que são aliados. Isso é uma tradição na política, praticamente um dogma. Durante o governo Flávio Dino, aliados do ex-governador disputaram as eleições municipais, mas depois todos se reagruparam para ajudar o governo. A disputa política deve ficar para o tempo das eleições. Agora é hora de levarmos investimentos para mudar a vida das pessoas nos municípios.
– O que explica o movimento contra a deputada Iracema Vale na Assembleia Legislativa?
– Houve de fato uma disputa muita acirrada pela presidência da Assembleia que terminou em 21 a 21, surpreendendo todo o meio político. A deputada Iracema foi reconduzida ao cargo pelo critério da idade e o partido Solidariedade acionou o STF questionando esse critério. Agora cabe à ministra Carmem Lúcia julgar o mérito da questão.
-Mas têm sido cada vez mais reiteradas as investidas na Justiça, contra atos administrativos e posturas políticas do governador. Não é isso?
– Quando não há consenso na política é normal alguma parte buscar o Poder Judiciário para estabelecer alguns parâmetros. Mas eu acredito que vamos encontrar o caminho pela política e com base no diálogo.
– De que forma então poderá haver uma reconstrução desta aliança que houve entre Dino e Brandão?
– Em cima do legado do ex-governador Flávio Dino; isto é, das políticas públicas que transformaram as vidas de milhares de maranhenses. Na eleição de 2022, o governador Brandão e eu firmamos um compromisso com a população em dar continuidade e ampliar os serviços públicos iniciados pelo ex-governador Flávio Dino. E eu tenho certeza absoluta de que nenhum de nós dois, nenhum deputado estadual e deputado federal eleito pelo nosso grupo político, e também os senadores querem desfazer esse compromisso com a população. Portanto, nós vamos encontrar o caminho para continuar com as mudanças que o Flávio começou e tanto sonhou para nosso estado.
– Com o atual cenário político, que esboço já se pode ter para a sucessão de 2026? O senhor acredita que Brandão sairá candidato ao Senado ou ficará governador até o final de seu mandato?
– Eu quero e trabalho para que o curso natural da política siga em frente, sem rupturas e conflitos. Sendo assim, o Brandão será, se decidir sair para o Senado, o meu candidato a senador, assim como eu quero ser o candidato dele ao governo do Maranhão.
Fonte: O Informante